quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A lenda do Rei Artur?


     Ambrosius Aurelianos. Talvez esse seja a verdadeira identidade do rei predestinado por um mago, abençoado ou amaldiçoado por fadas e fiel a Jesus Cristo.
     Para entender atributos tão excêntricos, é preciso recuar mais de dois mil anos no tempo e saber que as Ilhas Britânicas já foram muito disputadas por povos de diversas origens.
     Quando Júlio César ali chegou, faltavam ainda 56 anos para o nascimento de Cristo. As legiões romanas comandadas por aquele grande general enfrentaram, além do mau tempo, habitantes orgulhosos de suas tradições – os bretões. Duzentos anos antes os bretões, um povo celta, haviam migrado do continente para aquelas ilhas inóspitas, onde se refugiaram do crescente domínio de Roma. Mas a expansão do Império Romano iria alcançá-los também ali.
     De qualquer forma, as Ilhas Britânicas eram muito distantes da capital do Império, que, enfraquecido por problemas internos, preocupava-se agora com os povos germânicos que lhes invadiam as fronteiras. A Grã Bretanha ou Britannia, como a chamavam os latinos, foi então esquecida.
     Não se pode dizer, entretanto, que os bretões foram deixados em paz. O domínio romano fora também a garantia contra invasores talvez mais inconvenientes. Valendo-se da agonia de Roma, ali desembarcaram hordas germânicas e escandinavas – saxões, anglos, frísios e jutos – numa verdadeira onda migratória que durou até o século VII.
     E mais uma vez os bretões foram desapropriados. Empurrados para a Cornualha, para a região do País de Gales e para a Ilha de Eire (nome celta da Irlanda), tiveram poucas chances de resistir.
     Alguns valentes, no entanto, levantaram-se contra os invasores. Vortigern, Hengist, Horsa, Port, Cerdic e “o último dos romanos”, Ambrosius Aurelianos, são alguns dos heróis da resistência aos anglos e saxões de que temos notícia. Foram todos derrotados. Mas sua atitude destemida diante de um inimigo muito superior tornou-os legendários.
     Dentre todos, destacou-se Ambrosius Aurelianos, talvez descendente de uma família romana aristocrática, que lutou ao lado dos bretões. Seus feitos transmitidos oralmente de geração para geração, tomaram proporções fabulosas, dignas de um deus.
     Muito tempo depois, quando a cultura celta passou a ser registrada por escrito, Ambrosius, o personagem histórico, já era mencionado sob o nome de Artor, e referido como entidade divina.
     O cristianismo que desde de 312 era a religião oficial do Império Romano, foi introduzido na Inglaterra no século VI. Evangelizados pelos missionários, os bretões, a princípio, não abandonaram suas crenças, e , por algum tempo, os elementos da fé cristã e celta conviveram em seus espíritos.
     É dessa forma, por exemplo, que o Caldeirão da Abundância, do deus druída Dagda, deu lugar ao cálice sagrado de Cristo – que têm, ambos, o poder de nutrir com as melhores iguarias e iluminar espiritualmente.
     A partir da Idade Média, as versões sobre a origem de Artur apresentam-no como descendente de Constantino I, o soberano que converteu o Império Romano ao cristianismo.
     A história de Artur, afinal, é a história de um povo subjugado e incorporado à cultura de civilizações materialmente superiores. Mas os celtas eram poetas e acreditavam na imortalidade da alma. Portanto, eles venceram: Artur sobrevive como um dos mais poéticos personagens da literatura de aventura de todos os tempos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Queda do Império Romano




O declínio parece haver começado dentro do próprio Império no século IV a.C. A cada dia, ficava mais difícil proteger o imenso território e o exército tinha de utilizar seus recursos para conter as invasões bárbaras nos séculos III e V d.C. A economia começou a sofrer os efeitos das invasões, pois o dinheiro para as construções públicas e cerimônias era desviado para o exército.
O aumento do cristianismo também teve um impacto semelhante. Os aristocratas e pessoas cultas optavam pela igreja no lugar da política, debilitando assim a liderança romana. As pessoas abandonaram os templos e foros de Roma e começaram a migrar para novas igrejas nas saídas da cidade.
No século V d.C. o Império estava em pedaços. Em 455 d.C, os vândalos saquearam Roma. E em 476 d.C, o último Imperador, Romulus Augustulus, abdicou ao trono. O Império Romano chegava ao fim no oeste, mas continuou no leste até o século XV.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O assassinato de Júlio César

 

Ele foi o homem mais poderoso do mundo romano e adotou medidas populistas que desagradaram a aristocracia. Para proteger a república, os senadores o mataram, sem saber que aniquilariam sua classe política

por Reinaldo José Lopes
Três escravos se esgueiraram para dentro do Senado vazio e correram em direção ao corpo ensanguentado, caído perto da estátua de Pompeu. Mais tarde, os ferimentos seriam contados: 23 golpes de adaga. Os assassinos de Caio Júlio César não estavam mais ali. Planejaram transformar a morte num grande ato de propaganda política, mas não contavam com o medo e a revolta do povo comum de Roma, quase todo formado por adeptos do ditador. Os responsáveis pelo atentado, portanto, tiveram de se esconder, entrincheirados na colina do Capitólio. Matar César tinha sido ridiculamente fácil; assassinar o que ele significava para Roma era bem mais complicado. A morte do homem mais poderoso do Império Romano teve pouco a ver com as cenas criadas por poetas como William Shakespeare, mas tem todos os elementos de uma grande tragédia, com cenas de intriga, maquiavelismo, traição e, a julgar pelo que dizem os escritores da Antiguidade, até avisos proféticos que foram ignorados. O famigerado Bruto pode não ter sido filho de César, como reza a lenda, mas ele e seus comparsas tinham em comum a decisão de eliminar o homem que tinha sido seu benfeitor. E os efeitos colaterais do plano foram ainda piores: anos de guerra civil, um império que quase se esfacelou e o fim das ambições políticas para a classe representada pelos assassinos. Se a personalidade e os instintos políticos de César fossem ligeiramente diferentes, ele jamais teria tombado no Senado. Afinal, a tradição das longas guerras civis que tinham assolado Roma ao longo dos séculos 2 a.C. e 1 a.C. era clara: se quiser governar tranquilo, não deixe seus inimigos vivos. Essa foi a regra durante as décadas de conflito entre Optimates, a facção que defendia a supremacia dos aristocratas romanos, e Populares, os quais, como o nome diz, queriam fazer concessões ao povo romano (embora seus líderes fossem homens da nobreza). César era um expoente dos Populares, o que levou o aristocrático Senado a tentar eliminá-lo logo depois que ele retornou da Gália (atual França), depois de oito anos de batalhas, como general vitorioso no ano 49 a.C. Não deu muito certo, para dizer o mínimo. As forças senatoriais, lideradas por Pompeu Magno, ex-aliado de César, foram esmagadas em batalhas na Espanha e na Grécia. Com as legiões de todo o Império sob seu comando, César podia fazer o que quisesse, mas preferiu deixar de lado as guerras civis e perdoar a todos que se rendessem sem luta. "A chamada clementia [ancestral de ‘clemência’ em português] se tornou a marca política de César, e uma grande arma de propaganda", afirma o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Em muitos casos, a clementia de César envolvia até a promoção de antigos inimigos. Dois dos mais mimados pelo novo senhor de Roma foram os líderes da conspiração que acabaria por matá-lo: Caio Cássio Longino e Marcos Júnio Bruto, sendo que ambos haviam recebido cargos e honrarias.

Oficialmente, Roma era uma república, mas na prática o poder absoluto estava nas mãos de César. Em épocas de crise, Roma tinha sido governada pelos chamados ditadores, que ganhavam poderes amplos durante um período de no máximo seis meses; em 45 a.C., o Senado deu ao general o título de senador vitalício, um ano depois de conferir o cargo a ele por dez anos - dois fenômenos sem precedentes na história republicana. Com essas manobras, sem falar de outras honras dadas a ele pelo Senado, como o título de Pater Patriae (Pai da Pátria), parecia que César tinha amansado de vez os Optimates e trazido os antigos inimigos para o seu lado. Mas a situação real era bem mais complicada.

Até tu, Brutus?
Resta ainda um enigma, que deixava até alguns historiadores antigos céticos: a suposta frase "Tu também, meu filho?", dita quando César viu Bruto entre os assassinos. Primeiro, ela teria sido pronunciada em grego, língua na qual ela é ambígua. Kai su, têknon também pode querer dizer "você também, menino/moleque". "Minha impressão é que, ao colocar a frase em grego, os escritores antigos querem dar a impressão de que César está citando alguma tragédia. Ou seja, estão colocando palavras na boca dele, num contexto literário. Ia ser muito difícil ouvi-lo no meio daquela confusão toda", afirma Isabella, que se diz cética a respeito de todos os detalhes do episódio. Reza a lenda que, depois da morte do ditador, Bruto tentou fazer um discurso para os Liberatores (como os assassinos se denominavam), mas eles e os demais senadores acabaram fugindo da cena do crime. Com a fria reação popular ao fim de César, os Liberatores se viram num dilema e acabaram se sentando à mesa de negociação com Antônio. Afinal, se César tinha mesmo sido um tirano, nenhuma de suas decisões era válida - inclusive as nomeações de vários dos assassinos para cargos importantes e rentáveis. As conversas acabaram terminando no que parecia uma monumental pizza: César não seria oficialmente declarado tirano, e portanto poderia receber funerais dignos, e os Liberatores não seriam declarados assassinos, mantendo assim o cargo e a posição social. Plano digno de outro Senado que todos conhecemos, sem dúvida, se não fosse pela malandragem e pelo poder oratório de Antônio. Nos funerais, ele exibiu uma imagem de cera, em que se viam os ferimentos sofridos por César, e fez um elogio fúnebre com tamanha paixão que o povo de Roma, revoltado, jurou vingança contra os Liberatores. Mesmo anistiados, Cássio e Bruto decidiram fugir para as províncias romanas do Oriente. Lá, a dupla de conspiradores reuniu soldados para tentar conquistar todo o Império Romano, mas era mais fácil matar César que imitá-lo. Uma aliança entre Marco Antônio, Marco Emílio Lépido (outro general de César) e o herdeiro e sobrinho-neto do ditador, Otaviano, esmagou as forças de Bruto e Cássio em Filipos, na Macedônia. A dupla cometeu suicídio (ou, para ser mais exato, Bruto se matou e Cássio mandou que um de seus ex-escravos o matasse). Ainda não era o fim das grandes guerras civis romanas - nas décadas seguintes, Otaviano derrotaria Antônio e viraria Augusto, o primeiro imperador. Mas, sem dúvida alguma, era o fim das chances de poder para sujeitos como Cássio, Bruto, Casca e os demais senadores, que se diziam Liberatores. 






Os suspeitos
  Caio Cássio Longino
General com experiência nas guerras romanas no Oriente, estudou filosofia na Grécia e se aliou a Pompeu, líder da facção aristocrática inimiga de César, quando estourou o conflito civil em Roma. Quando Pompeu foi derrotado, Cássio recebeu o perdão oficial de César e o cargo de pretor, mas não ficou nem um pouco satisfeito.

Marcos Júnio Bruto
Descendia de um ancestral famoso e semilendário que, segundo a tradição, fora responsável por expulsar Tarquínio,o último rei de Roma. Sua mãe, Servília, era amante de César. Como Cássio, seu cunhado, ele acabou se aliando a Pompeu durante a guerra civil, sendo perdoado assim que se rendeu.

Décimo Júnio Bruto Albino
Parente distante do outro Bruto e do próprio César, era um almirante de mão cheia, que ajudou o ditador a vencer batalhas navais durante a conquista da Gália e na guerra civil. Com reputação acima de qualquer suspeita, os conspiradores trataram de recrutá-lo, junto com outros membros do círculo de César que andavam descontentes.

Públio Servílio Casca
Casca e seu irmão, Caio, eram senadores membros de uma família leal a César, mas tudo indica que a falta de perspectivas políticas para o Senado com o poder cada vez mais absoluto do ditador os levou a se juntar aos conspiradores. Públio Casca, segundo os autores antigos, foi o primeiro senador a ferir César com sua adaga.

Marco Túlio Cícero
Excelente orador, escritor e filósofo, foi o grande articulador do partido aristocrático, os Optimates, pouco antes da guerra civil e durante o conflito. Aceitou o domínio de César e fez os senadores jurarem defender a vida do ditador. Mas não deixava de queimar o filme de César. Não participou diretamente do atentado.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Roma: O alto império

 
INTRODUÇÃO

A ascensão de Otávio ao poder foi resultado da extensa guerra civil do século I a.C. e deu início a um regime monárquico, autocrático, baseado na força do exército, dando um novo caráter ao Estado escravista romano, baseado na noção oriental de um único Estado mundial, governado por um só homem.
Durante cerca de 250 anos, período conhecido como ALTO IMPÉRIO, esse Estado fortaleceu-se e consolidou-se. Apesar de manter as aparências republicanas, o poder imperial se sobrepôs ao senado e às demais instituições políticas da época, esvaziando as Assembléias de suas funções tradicionais.

O IMPÉRIO DE OTÁVIO


Caio Otávio foi o primeiro imperador romano e durante seu governo delinearam-se a nova organização social e política do Império. Para efeito político, a sociedade foi redividida em "ordem senatorial" e "ordem eqüestre", a partir de um critério censitário.
A nova ordem política baseava-se no apoio da ordem eqüestre, representante principalmente dos interesses mercantis, e que tornaram-se os dirigentes do Estado, ocupando os principais cargos políticos; na conciliação com a ordem senatorial, dos antigos patrícios, proprietários rurais, que preservaram seus privilégios sociais, mas perderam o poder político efetivo, uma vez que o senado tornou-se submisso ao poder imperial; e ainda no apoio de grande parcela da plebe, a partir da intensificação da política do "pão e circo".
Durante esse período o equilibrio entre o poder e as camadas sociais foi mantido, no entanto, as disputas diretas pelo poder foram intensas. As disputas internas ao exército, as conspirações palacianas e as intervenções da Guarda Pretoriana foram responsáveis pelo final de vários governos, inclusive com o assassinato de alguns imperadores; porém a estrutura socioeconômica não foi alterada, assim como também foi preservada a estrutura política imperial, centralizada e despótica.


"Muitos anfiteatros foram construídos ou adaptados para a luta de gladiadores, parte do "pão e circo".


O EXÉRCITO

O exército foi uma das mais importantes instituições do Império Romano. Não somente como sustentáculo do poder do imperador, mas principalmente para a manutenção de um equilíbrio social e econômico que possibilitaram a continuidade do poder autocrático.


"As estradas serviam para o rápido deslocamento das legiões"


O exército foi peça fundamental para as conquistas romanas e principalmente para a preservação de suas províncias, responsáveis pela riqueza de Roma. Dessa maneira beneficiou tanto patrícios como mercadores, possibilitando ainda o controle da plebe e dos escravos.
Durante o governo de Otávio Augusto foi imposta a "Pax Romana". A pacificação das províncias significou a eliminação da maior parte dos focos de resistência e das rebeliões através da força, possibilitando o aumento da arrecadação tributária, fortalecendo as finanças públicas, fundamental para a manutenção de certos privilégios dos senadores patrícios, uma vez que a produção agrícola provincial passou a concorrer com a romana. O comércio tornou-se mais dinâmico, mantendo o enriquecimento dos mercadores, principal base de apoio social do poder imperial.
O exército destacou-se ainda no combate às rebeliões de escravos e na manutenção da ordem na capital do Império.Contraditoriamente, esse papel conferido ao exército, será responsável pela maior crise vivida pela instituição: a anarquia militar do século III.
Após a morte de Augusto, sucederam-se imperadores pertencentes a sua família, a partir do critério de adoção, até Nero.

A DINASTIA JULIO-CLAUDIANA

TIBÉRIO ( 14-37 d.C) Filho adotivo de Augusto, foi considerado um bom administrador, consolidou a centralização política, retirando da Assembléia Popular o direito de nomear os magistrados. Desencadeou violenta perseguição política à adversários e nas províncias.

CALÍGULA ( 37-41 d.C.) Tentou implantar uma monarquia de tipo oriental, exigindo honras divinas. Seu governo é normalmente destacado pelo desequilíbrio mental caracterizando sua conduta pessoal, particularmente no que toca as orgias que promoveu. Foi assassinado por elementos da Guarda Pretoriana.

CLAUDIO (41-54 d.C.) Manteve-se no poder com o apoio da Guarda Pretoriana, que aumentou sua influência política. Executou diversas obras públicas e ampliou as fronteiras do império com a conquista da Bretanha. Morreu envenenado.

NERO (54-68 d.C.) Foi responsável por fortalecer as fronteiras ao norte do império. Durante seu governo os cristãos sofreram a primeira grande perseguição, acusados pelo incêndio de Roma. Também na Judéia houve grande perseguição à população local, massacrada pelos generais Vespasiano e Tito.


Fonte: história net

A crise da República Romana

A crise da República Romana teve início quando o senado romano passou a ter seu poder desafiado pelo poderio militar de alguns generais.
A partir de 238 a.C., Roma passou a ter províncias, sendo a primeira delas Córsega e Sardenha, seguida pela Sicília, em 241 a.C. Além disso, o aumento do território e da duração temporal das guerras de conquista obrigou o senado romano a criar o pro-rogatio, que era a prorrogação do tempo do mandato do pró-cônsul ou do pró-pretor provincial, que era o funcionário da administração central incumbido de governar a nova província.
Com isso, a influência e o poder se concentraram nas mãos de alguns generais, o que lhes permitiu desafiar a tradicional classe senatorial.
Um dos melhores exemplos deste tipo de processo foi o general Caio Mário, que mesmo sendo rejeitado pelo senado para comandar a expedição ao norte da África com o intuito de solucionar a guerra contra Jugurta, foi enviado com o aval que a decisão popular lhe deu. Isso ilustra um exemplo de como os generais poderiam aliciar militantes a seu favor, mesmo quando Senado decide contra si.
Pode-se afirmar que um dos momentos mais críticos da República Romana até o primeiro triunvirato teria sido a ditadura de Lúcio Cornélio Sula, que chegou a marchar com seu exército sobre Roma. Desde o fim das Guerras Púnicas, o cargo de ditador romano havia sido abolido por ser considerado perigoso conceder a um único homem tanto poder. Porém, o cargo foi reintroduzido em 81 a.C. por Sula, no fim da guerra civil com a facção de Caio Mário.
Neste período turbulento floresceu um dos mais importantes filósofos e políticos de toda a História de Roma: Marco Túlio Cícero. Cícero foi um dos grandes defensores da República e escreveu tanto tratados políticos quanto filosóficos.
Além da reimplantação da ditadura em Roma, houve outros motivos para o colapso da República Romana, entre eles o fracasso dos irmãos Graco ao tentar realizar uma reforma agrária; guerras civis e revoltas populares; movimentos separatistas e insurreições de escravos. Podemos salientar também, que a estrutura política da República era inadequada ao Império.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vida em Roma

 

A infância em Roma

Assim como na Grécia, a educação dos romanos variava de acordo com a classe social e o sexo.
           
Os meninos das classes privilegiadas aprendiam a ler e a escrever em latim e grego com seus preceptores, isto é, com professores particulares. Além disso, deviam ter conhecimentos de agricultura, astronomia, religião, geografia, matemática e arquitetura.
Em relação aos meninos das classes menos abastadas, isso mudava de figura. A maioria, que não podia dispor de tempo integral para os estudos, dedicava-se ao trabalho agrícola ou artesanal.
O abandono de crianças, tão comum nos dias de hoje, também existia na Roma Antiga, e as causas eram variadas. Abandonados, meninos e meninas estavam destinados à prostituição ou à vida de gladiadores, treinados para enfrentar leões, tigres e outros animais perigosos. Outros ainda se tornavam servos.
Ricos e pobres abandonavam os filhos na Roma antiga. As causas eram variadas: enjeitavam-se ou afogavam-se as crianças malformadas, os pobres, por não terem condições de criar os filhos, expunham-nos, esperando que um benfeitor recolhesse o infeliz bebê, os ricos, ou porque tinham duvidas sobre a fidelidade de suas esposas ou porque já teriam tomado decisões sobre a distribuição de seus bens entre os herdeiros já existentes.
Importante assinalar que, na Antiguidade, grega e romana, o infanticídio era praticado. A legislação da Roma imperial tentou condenar essa prática, e o imperador Constantino, desde 315 – reconhecendo a importância do fator econômico na prática do abandono por pais extremamente pobres -, procurou fazer funcionar um sistema de assistência aos pais, para evitar que vendessem ou expusessem seus filhos. Depois de 318 o infanticídio passou a ser punido com a morte.

Os trabalhadores de Roma

Em Roma, como nas demais cidades do Império, existiam diferentes  tipos de trabalhadores, como carpinteiros, marceneiros, cesteiros, ceramistas, caldeireiros. Toda a produção desses trabalhadores era vendida nas lojas das cidades.
É preciso lembrar que grande parte do trabalho na cidade era executada por escravos. Em sua maioria prisioneiros de guerra, eram eles os responsáveis por qualquer tipo de trabalho, desde os artesanais até os domésticos.

O papel das mulheres

As mulheres, independentemente da classe social a que pertenciam, eram educadas primeiramente para ser esposas e mães. Era responsabilidade das mulheres mais abastadas a administração de suas casas, dos escravos e a criação dos filhos. Em hipótese alguma poderiam participar das decisões políticas. Além disso, deveriam ensinar às suas filhas a arte de fiar, tecer e preparar a comida.
As mulheres de classes menos favorecidas podiam trabalhar ao lado de seus maridos ou administrar seu próprio negócio, quando solteiras. Existia ainda um grupo de mulheres virgens que dedicava toda a vida a zelar pela chama sagrada de Vesta, deusa do fogo,. As vestais, como eram chamadas, deixavam suas famílias entre os 6 e os 10 anos para passar aproximadamente 30 anos vivendo ao lado do templo, sem que pudessem casar. Diferentemente de outras mulheres, as vestais não tinham de obedecer aos pais ou maridos, possuíam o direito de se sentar nos melhores lugares nas lutas de gladiadores e eram tratadas com respeito pelo sexo oposto.

A vida conjugal

Dentre as instituições romanas destacou-se o casamento. Em Roma, com apenas 12 anos as meninas se casavam por intermédio de arranjos familiares, isto é, os pais escolhiam os maridos para as filhas. Um casamento com cerimônia pública era importante para mostrar à sociedade que os nubentes pertenciam a uma família de posses.
O divórcio também era comum, e pelos motivos mais variados, não precisando, muitas vezes, nem esclarecer a causa da separação. Ao findar o processo legal, o pai da moça recebia de volta o dote ofertado à época do casamento, e os filhos do casal eram entregues aos ex-maridos.

Como se vestiam os romanos

As vestimentas variavam de acordo com o sexo e com a categoria social. As mulheres solteiras vestiam uma túnica sem mangas que ia até os tornozelos; após o casamento, passavam a usar trajes com mangas. As mulheres mais ricas vestiam roupas de seda e algodão, enquanto as mais pobres usavam lã ou linho. Os homens livres trajavam túnica de linho ou lã, até os joelhos, para não atrapalhar os movimentos. Os trabalhadores vestiam roupas de couro, devido à maior durabilidade. A toga, manto comprido, era usada apenas pelos cidadãos a partir dos 14 anos.
Os acessórios também constituíam elementos importantes ma indumentária. Era comum as mulheres utilizarem anéis, colares, pulseiras, braceletes e tornozeleiras, além de maquiagem e perucas. Os homens, para completar seus trajes, davam mais ênfase às sandálias, aos chinelos e às botas de feltro ou couro.

O direito romano

Desde criança, o romano era educado para atender as necessidades do estado e respeitar as tradições e os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida familiar como na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre os indivíduos. Reunidas, essas leis formaram códigos jurídicos, que deram origem ao Direito Romano.
O Direito Romano dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público era composto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo Direito estrangeiro, válido para os povos conquistados. O Direito privado regulava as relações entre as famílias.
O Direito foi uma das grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais. Seus fundamentos, adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos, servindo de base até hoje para muitas sociedades.

A cultura romana

A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.
Os balneários (casas de banhos) romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.


Balneário romano

A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.
A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo.

Literatura, arquitetura e arte

A mais conhecida obra literária dos romanos é Eneida. Ela foi escrita pelo poeta Virgílio, a pedido do imperador Augusto. A intenção de Virgílio em Eneida é glorificar a cidade de Roma. O livro, escrito em forma de versos, narra a lenda do herói troiano Enéias.
           
Segundo a história de Virgílio, Enéias teria fugido para a península Itálica depois da Guerra de Tróia. Lá teria fundado Alba Longa, o reino pertencente ao avô de Rômulo e Remo, fundadores lendários de Roma.
           
A Roma declamada por Virgílio tinha a missão divina de proporcionar paz e vida civilizada ao mundo. O imperador Augusto, por sua vez, era o designado pelos deuses para tornar a realidade essa missão.
A arte romana foi influenciada tanto por etruscos, um dos povos que ocuparam a península Itálica, quanto por gregos.
Na arquitetura, por exemplo, os romanos herdaram dos etruscos o arco e a abóbada, que aperfeiçoaram, além de desenvolver novas técnicas de construção; dos gregos aproveitaram as colunas.

Interior do Panteão, pintura de Giovanni Paolo Pannini, realizada no século XVII. Essa construção, do início da era cristã, ainda existe. (abóbada)
               
                Na escultura, as principais obras romanas foram as estátuas eqüestres e os bustos.


Estátua eqüestre do Imperador Marco Aurélio

 
Busto de Marco Aurélio
Fonte: So História

sábado, 25 de setembro de 2010

Agusto: O primeiro cidadão de Roma



Apesar de assumir o poder, Otávio não aceitou a ditadura. Temendo ser vítima da mesma sorte de Júlio César, abdicou solenemente de todos os poderes extraordinários (exceto o consulado) e propôs um novo regime, de compromisso - o principado - que centralizava o poder em torno de si mas mantinha as formas tradicionais da república romana. Longe de destruir as antigas magistraturas, assumiu-as quase todas e se fez reeleger cônsul, sem interrupção, até o ano 23 a.C. Na aparência, não passava, então, de um magistrado como os outros. Era apenas o primeiro, isto é, princeps, em autoridade.



O Senado lhe concedeu muitos títulos e poderes de que já tinham desfrutado diferentes funcionários da República. No ano 36 a.C., recebeu a concessão de inviolabilidade de um tribuno plebeu e, em 30 a.C., recebeu os poderes de um tribuno, com o qual passou a ter o poder de veto e controle sobre as assembléias. O Senado também lhe concedeu a máxima autoridade nas províncias.



Roma, a "cidade de mármore", no tempo de Augusto.Em 29 a.C., recebeu o título de imperator (comandante-em-chefe das forças armadas). Em 28 a.C., recebeu o título de princeps senatus. No ano 27 a.C., o Senado romano deu a Otávio o título de Augusto — "consagrado" ou "santo" — que mais tarde se converteu em sinônimo de imperador. O título passou desde então a identificar seu próprio nome e como Augusto tem sido reconhecido pela história. A partir do ano 23 a.C., Augusto renunciou também ao consulado, guardando apenas a qualidade tribunícia, que lhe foi conferida em caráter vitalício. Morto Lépido, tornou-se máximo pontífice, com controle sobre a religião, a pedido do povo. Seu poder era, assim, fundado de certo modo no consentimento geral. Apesar de sua preeminência, como bem o mostram os títulos de príncipe ou primeiro cidadão e imperador, Augusto teve o cuidado de não levar demasiado longe as prebendas da monarquia, porém sua autoridade era de fato a de um monarca absoluto.





Mapa de Roma sob Augusto.Após a batalha de Filipos, Otaviano conheceu o poeta Virgílio e passou a financiar sua arte. Além de Virgílio, o historiador Tito Lívio, o arquiteto Vitrúvio, os poetas Horácio e Ovídio foram protegidos por Augusto e por seu ministro Mecenas. Por isso, no plano cultural o Século de Augusto foi muito produtivo e cheio de promessas criadoras, inaugurando uma época clássica para a arte européia, um classicismo latino que, ainda na Renascença, mil anos depois, estava dando frutos. Augusto fundou bibliotecas públicas; a literatura latina, primitivamente, influenciada pelos gregos, adquiriu independência e se tornou uma das mais brilhantes do mundo ocidental.



Conservador e austero, Augusto fez um governo de ordem e hierarquia. Lutou contra a decadência dos costumes, reorganizou a administração e as forças armadas, tornando-as permanentes e fixando-as nas fronteiras. Como adepto das virtudes romanas em tempos em que era cada vez maior a tolerância, tentou controlar a moral pública mediante a aprovação da lei suntuária e do casamento. Criou organismos governamentais (conselho do príncipe, prefeitos), dividiu Roma em 14 regiões, para facilitar o censo e a cobrança de impostos, reorganizou a administração das províncias, dividindo-as em províncias senatoriais e províncias imperiais, medidas que tiveram como resultado o aumento da centralização. Em Roma e na Itália esforçou-se para fazer reviver as virtudes esquecidas das antigas tradições e religião. Deu privilégios aos pais de família e combateu o celibato. Construiu o fórum de Augusto que leva seu nome e, no campo de Marte, ergueu as primeiras termas, o Panteão de Roma e outros templos. Seu amor pela arquitetura foi revelado por seu orgulho em "ter encontrado Roma com tijolos e a ter deixado coberta de mármore". Elevaram-se templos à deusa Roma e a Augusto em todo o império. No âmbito econômico, fomentou o desenvolvimento da agricultura na Itália e saneou as finanças do Estado.



Ordenou expedições militares, geralmente bem sucedidas, à Hispania, à Récia, à Panônia, à Germânia (onde, entretanto, seu lugar-tenente Varo foi derrotado), à Arábia, à Armênia, à África. Pacificou a Hispania e os Alpes, conseguiu a anexação da Galácia e da Judéia e conquistou, graças a Tibério, as terras austríacas do Danúbio, que formaram as províncias de Récia e Vindelícia, mas sua campanha na Germânia fracassou. Tibério debelou uma insurreição na Ilíria e os germanos, liderados por Armínio, aniquilaram Varo com três legiões na Batalha da Floresta de Teutoburgo.



Augusto se casou três vezes; sua terceira esposa foi Lívia Drusilla, que já tinha dois filhos, Tibério e Druso, de um matrimônio anterior. Augusto, por sua vez, tinha uma filha, Júlia, também de um matrimônio anterior.





A expansão do Império Romano sob Augusto.A tentativa de Augusto de conseguir um grande sucessor fracassou, pois seu sobrinho Marcelo morreu jovem. Agripa, cujo casamento com sua filha Júlia ele tinha forçado, morreu em 12 a.C. Os filhos menores de Agripa morreram em 2 e 4 da era cristã. Druso e Júlia também faleceram. Restava Tibério. Adotando-o, Augusto deu-lhe participação cada dia mais ativa nos negócios do Estado. A partir de 13 d.C., Tibério tinha poderes quase iguais aos do imperador. Quando Augusto morreu, em Nola, na Campânia, em 19 de agosto do ano 14, já era o enteado quem de fato governava Roma.



A obra de Augusto foi imensa, na paz como na guerra. Os quarenta anos do principado de Augusto marcaram uma das épocas mais brilhantes da história romana ("Século de Augusto").[1] O mês Agosto foi baptizado como Augustus em sua homenagem; até então designava-se Sextilis. Após a morte de Augusto, o senado romano decretou a sua divinização, passando a ser adorado como "Divus Augustus" (Divino Augusto), e abrindo um precedente em Roma que seria seguido pela maioria dos seus sucessores. [2]



Tanto os escritores antigos como os mais recentes discordam quanto à importância de Augusto. Alguns condenaram sua cruel luta pelo poder. Outros, dentre os quais se inclui o fiel partidário da República, Tácito, reconhecem suas boas ações como dirigente. Às vezes, os pesquisadores atuais criticam seus métodos pouco escrupulosos e seu estilo autoritário, mas normalmente reconhecem suas realizações no estabelecimento de uma administração eficiente e um governo estável, bem como na obtenção de segurança e prosperidade para o Império Romano.

sábado, 18 de setembro de 2010

JEIFMA vai começar



Entre os dias 20 e 24 de setembro vai ocorre no IFMA Campus Santa Inês o II JEIFMA (Jogos Escolares Do Instituto Federal De Educação Ciência E Tecnologia Do Maranhão – Campus Santa Inês) escola e sociedade em movimento organizado pelo professor de educação física Helton.
Com as todas as salas tendo representantes em handebol, vôlei, basquete e vôlei.
Veja alguns representantes de edificações:
Edif. II a
Os calouros vêm com a Tijubina© dizendo eles tem digamos “armas secretas” a equipe tanto masculina quanto feminino estão bem confiantes para fazer uma boa campanha.
Edif. VI
Já vem com uma vitoria as las chicas (feminino) e los papas (masculino) vêm confiantes para o bicampeonato.
Então segunda-feira às 18 Horas vai ocorrer à festa de abertura e logo após um jogo de handebol. Então falta apenas 3 dias para começa o JEIFMA.

sábado, 28 de agosto de 2010

Roma


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Roma foi o último grande império do mundo antigo. Com exércitos poderosos dominou terras que antes pertenciam a gregos, egípcios, mesopotâmios
, persas e muitos outros povos.



Com quase 1 milhão de habitantes. Roma transformou-se na maior cidade da Antiguidade. Para lá se dirigiam pessoas dos lugares mais distantes, levando suas culturas.



O poder do império construído pelos romanos era tão grande que acabou se tornando uma referência para todo o mundo ocidental, mesmo séculos depois de ter chegado ao seu final.

fonte: Só História